Falarei dos nossos pecados recorrentes.
Você tem lutado contra práticas pecaminosas e sentimentos indesejáveis.
Nossa tendência é enfrentar a tentação com as próprias forças.
Imaginamos: agora que sou cristão, não posso mais pecar.
Mas esse raciocínio está errado. Corrigindo-o, seria assim: agora que sou cristão, posso pecar.
Mas como?
Paulo escreve em Romanos 8.1: nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus.
O pecado atrai sobre si condenação - a ira de Deus.
Quem está em Cristo Jesus, por causa de Cristo Jesus, está em pecado e, por isso, livre de condenação.
Convém saber o que é estar em Cristo Jesus e como alguém passa a estar nele.
Estar em Cristo é o mesmo que ocupar uma posição. Eu era estrangeiro; agora sou filho.
Chegamos a essa posição unicamente pela fé.
Ou seja: se creio que estou em Cristo Jesus, estou em Cristo Jesus.
A luta que então começa se dá entre o que nós fazemos e a posição na qual fomos colocados: estou em Cristo Jesus (logo estou livre do pecado), mas continuo pecando.
Por que continuo pecando? Porque continuo sendo tentado a pecar.
Paulo explica, em Romanos 7, que a vontade de pecar é como uma compulsão.
Como funciona a compulsão?
Eu quero fazer justamente aquilo que não quero fazer.
Aquilo que eu mais detesto é o que eu me sinto obrigado a praticar.
A vontade de fazer aumenta justamente quando tento não fazer.
Na minha cabeça sei que é errado e me condeno por fazer, mas nos meus membros a vontade aumenta de modo incontrolável.
Como escapar desse círculo vicioso?
Crendo que você está livre da lei, como Paulo diz. É a lei que alimenta a compulsão.
Foi dito: eu quero fazer aquilo que A LEI diz que eu não devo fazer.
O pecado opera em nós para que não cumpramos a lei.
Cristo nos liberta do pecado quando nos liberta da lei.
Cristo nos liberta da lei cumprindo-a totalmente em nossa lugar.
Quer dizer que nós não precisamos mais cumprir a lei.
Ou seja: em última instância, você pode pecar.
Nenhuma condenação há - lembre-se.
Mas, quando você se dá conta disso - de que pode pecar -, a compulsão a pecar desaparece.
Cristo nos liberta da compulsão do pecado.
Mas é preciso crer que podemos pecar.
Cristo nos dá essa liberdade.
A luta que então se estabelece se dá entre a condenação da lei sobre o que fazemos e a verdade de que estamos completamente justificados em Cristo pela fé.
Eu peco, mas sou santo.
Mesmo pecando, sou santo.
Como isso é possível?
Unicamente por causa de Cristo.
Essa é a justificação pela fé.
Crer-se santo para ser santo.
Se toda vez que peco, digo que a obra de Cristo não adiantou, nego a cruz. Porque a cruz diz, toda vez que peco, que sou santo, apesar de haver pecado.
Não se trata de negar o pecado. Trata-se de crer na redenção de Cristo.
Crendo nisso, o pecado perde o poder sobre nós.
O pecado, perverso como é - argumenta Paulo -, tem apenas um objetivo: nos fazer negar a cruz de Cristo, quando dizemos que somos ainda pecadores, mesmo sendo santos pelo seu sangue.
Não somos justos nem santos pelo que fazemos.
Somos justos e santos por causa de Cristo.
O domínio que o pecado tinha sobre nós baseava-se na lei.
Era o domínio da necessidade de cumprir a lei, o que alimentava a compulsão, como foi dito.
Sem a necessidade de cumprir a lei, porque Cristo a cumpriu, podemos pecar, ainda que não precisemos.
Mas só alcança essa libertação do poder do pecado quem crê que, mesmo pecando, está limpo pelo sangue do Cordeiro.
É a loucura da mensagem da cruz. A liberdade para pecar conduz à liberdade para não pecar.
No momento em que você crer que nem mesmo o pecado pode te separar de Deus, por causa de Cristo, o pecado perde o poder sobre sua vida.
As quedas podem até acontecer, mas a acusação já não tem lugar, nem a compulsão.
A compulsão do pecado é vencida pela fé no perdão irrestrito de Deus.
A compulsão do pecado é vencida pela fé na liberdade total em Cristo, que é liberdade para pecar e para não pecar.
Quem acha que só é cristão quando não peca ou que precisa parar de pecar para então ser cristão está vivendo debaixo da lei e ainda acredita que o mérito de Cristo não é o bastante, precisando ser complementado pelo mérito pessoal.
É primeiro necessário acreditar em Cristo e no perdão que está em Cristo para, com o tempo e com o aumento da FÉ, deixar de pecar.
Não deixamos de pecar por um esforço pessoal, mas pela crescente fé no fato de que já somos santos e de que não precisamos mais pecar.
Tudo vem pela fé. E fé é antecipar aquilo que ainda não é.
Você ainda peca? Pois se veja como alguém que já venceu o pecado e glorifique a Deus por isso.
Você agora está colocado nas regiões celestiais em Cristo, sem pecado, porque lavado pelo sangue do Cordeiro.
Fixe-se nisso e as obras da carne, pouco a pouco, deixarão de ser praticadas.
Genealogia
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Assinar:
Postagens (Atom)